domingo, 20 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Encontro de Fechamento do TP2 e Uidades 9 e 10 do TP3
Patrícia e eu havíamos planejado atividades de fechamento para o ano de 2009. O encontro foi de 8 horas, programamos o fechamento das atividades do TP2 e entrarmos nas duas primeiras uidades do TP3 (Unidades 9 e 10). Apresentaram-se as práticas e, percebia-se o entusiasmo na fala de todos os professores com o desenvolvimento e desempenho dos alunos nas atividades do Gestar II. Todos os professores fizeram questão de mostrar o resultado final do "Avançando na Prática" daquela semana; apresentavam com orgulho as produções escritas e os vídeos de seus alunos em atividade.
A atividade mais efetivada foi o da página 115 ( captação das figuras de linguagem presentes no cotidiano), os resultados apontam para a observação das onomatopeias e das metáforas dos apelidos. Os professores também apresentaram entusiasmo em ler a produção de seus alunos, principalmente as onomatopeias em textos narrativos e a listagem dos apelidos metaforicamente construídos.
Discutiu-se mais uma vez a necessidade premente de se trabalhar na escola a oralidade de nossos alunos, na medida em que observa-se a timidez ou a baixa autoestima dos alunos em não mostrar confiança em falar de seus sentimentos, suas ideias, efim, falar em público e para um público. Destacou-se a questão histórica da classe oprimida não acreditar em si mesmo, em especial no discurso falado.
A professora Inácia Gomes perguntou sobre a diferença básica entre poesia e poema, gerando as discussões necessárias para entrarmos no estudo do TP3. Formamos 3 grupos de estudo para discussão da unidade 9. A tarde foi bastante proveitosa na retirada de dúvidas acerca dos gêneros textuais. Trabalhamos o conhecimento intuitivo de gênero, em seguida discutimos sobre a classificação e as dúvidas foram aparecendo. Não chegamos a estudar neste dia a Unidade 10, pois creio que suscitará discussões ricas que não podem ser atendida numa só tarde, marcamos visita pedagógica, por escola para estudarmos essa unidade.
Como sempre as oficinas do gestar têm se apresentado como momento importante de retirada de dúvidas, de partilhas, enfim. Outro aspecto que consideramos de suma importância foi a oportunidade que o gestar nos trouxe de os professores terem tempo de estudo (oficinas) para retirar dúvidas. Percebemos que muitos conceitos encontravam-se equivocados e os professores mostram confiança em "se mostrar" querendo, lógico, aprender. Esse tem sido o nosso refrão: "aprender sempre!"
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Título dos projetos e seus elaboradores e executores....
Os professores resolveram desenvolver um projeto em cada Escola. Apenas o Centro Educacional Municipal Celestino de Sousa (CEMCS) por ser a maior Escola apresentou projetos por turnos:
01- As Várias Roupas do Português.
Profa. Sandra Maria Santos Dias
Escola: CEM. Celestino de Sousa.
02-Superando as Dificuldades de Leitura e Escrita
Profa. Jobedir Lima da Silva
EEF. João Ferreira da Cunha.
03-Aluno Leitor, Aluno Escritor.
Profs. João Paulo N. Nogueira
Inácia Gomes Santiago Lima.
EEF. Abel F. Lima
Localidade: Lagoa da Serra
04-Viajando no Mundo da Leitura e da Escrita.
Profas. Francisca Marilene de Lima Cavalcante.
Maria Francisca Gadelha Martins.
EEF. Elias Fernandes de Lima.
05-A Contribuição dos Gêneros Textuais para a Compreensão Leitora.
Profas. Ieline Carneiro de Oliveira.
Francisca Inelsa Lopes de Sousa.
EEF. Teodora Bezerra (Jaguaretama)
06-Viajando pela Leitura e Escrita.
Profas. Maria Gilvânia Monteiro Ferreira
Ana Cristina Moreira Evangelista.
Francisca Evaneide de O. Ricardo.
EEF. José Antonio de Oliveira
Localidade: Pedras Brancas.07-Trilhando os caminhos da Leitura e da Escrita.
Profas. Maria de Fátima Oliveira.
Liliane Maia de Freitas
Karla Dayana Silva Nogueira.
EEF. Sitiá.
Localidade: Barra do Sitiá.08-Leitura de Mundo: Uma Âncora para a Leitura das Palavras.
Profa. Francisca Viviany Lopes Ribeiro.
CEM. Celestino de Sousa (CEMCS)
09-Ler, Escrever, Compreender: O sabor do Saber!
Profas. Maria Olenúbia Nobre do Amaral.
Lailma Barreto de Oliveira.
Localidade: Laranjeiras.
10-Aquisição e Aprendizagem da Leitura e da Escrita, a partir da produção de um Livro de Memórias.
Profa. Elisangela Maria de O. Santiago.
CEM. Celestino de Sousa (CEMCS)- Sede
11-Leitura e Escrita: O texto como Unidade de Sentido.
Profas. Carmem Lúcia Siqueira B. Lima.
Francisca Auristela Gomes de Lima
EEF. Albertina Maia Ferreira.
Localidade: Rinaré.
12- O Mundo Cabe dentro da Leitura e da Escrita.
Profa. Maria das Graças de Lima Costa
Biblioteca Municipal- Sede
13-Navegando para o Mundo dos Letrados.
Profas. Maria Helenir de Souza Silva.
Raimunda Elizete Teixeira Pinto.
EEF. Ernesto de Sousa Nobre.
Localidade: Jurema.
14-Ler, Lendo: Praticando e Aprendendo.
Profs. Francisco Rubervan Vieira Matias.
Maria Vilani Nobre Maia
Maria Clea de Sousa Silva.
EEF. Cel. Pergentino Ferreira.
Localidade: Bo"Água.
15- Aquisição da Escrita: Um desafio a Ser.
Profa. Leda Maria Ribeiro Machado.
EEF. Raul urquidi- Sede
16-Encontrando o Tesouro- Leitura e Escrita- Uma Prática Encantadora.
Profa. Lucivanda de Sousa Machado Lopes.
CEM. Celestino de Sousa (CEMCS) -Sede.
17-Ler: Caminho Seguro para o Aprender!
Profa. Fábia Maria Brito Lima
EEF. Ir. Ruth Távora de Albuquerque
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Oficina- unidades 5 e 6 do TP2: Imagens que dão margem....
Atendendo ao sugerido no encontro anterior acerca de um espaço que oferecesse melhores condições de estudo em grupos, reunimo-nos no Salão da Secretaria Municipal de Ação Social.
A princípio, fizemos acolhida com a mensagem " Ser Águia" que trata do doloroso processo de renovação da águia para adquirir mais 30 anos de vida produtiva, feliz. Em seguida propus a dinâmica das 3 perguntas acerca do texto, que apresentamos no 2º encontro de nossa formação. As reflexões foram de suma importância, na medida em que houve momentos catárticos para alguns colegas, que compreenderam enfim que mudar não é cômodo, pode ser doloroso, mas a recompensa de tentar fazer diferente, permite-nos "ganhar mais 30 anos", como a águia, de vida produtiva e feliz.
Apresentou-se a agenda do dia e teve início a apresentação das práticas. Confesso que fiquei impressionada com os relatos positivos e com o entusismo com que os professores falavam do desempenho dos alunos. As professoras Marilene Cavalcante, Evaneide Ricardo, Vilaní Nobre, Viviany Lopes, Sandra Santos, Graça Costa, Cristina Evangelista e Elisângela Santiago apresentaram suas práticas, mostraram as produções dos alunos, responderam as perguntas dos colegas. O principal foco de interesse meu e de Patrícia foi a percepção da real vivência do Gestar pelos professores, bem como, a valorização das atividades do gestar II, que para eles apresentou-se como necessário, no momento mais escasso dos "que fazeres" docentes em língua portuguesa do 6º aos 9ºs anos.
A atividade do avançando na prática mais aplicada foi a da página 56 do TP2 (unidades 5 e 6). Foram aplicadas todas as atividades do Avançando na prática, das outras vezes isso não ocorreu. Fato também que nos chamou a atenção foi que os comentários de que as atividades do gestar "casam" com a proposta curricular e o plano de curso de todas as séries/anos, o que demonstra mais uma vez que a formação do Gestar II apresenta-se em consonância com a realidade educacional que buscamos todos.
Percemos, Patrícia e eu, que quando nos referíamos às atividades de casa das unidades, perguntávamos as dúvidas, pedíamos algum comentário, parecia que "todos haviam entendido tudo", por isso, para este encontro preparei em slides um passeio pelos conteúdos e ia suscitando algumas indagações, questionando alguns conceitos. Pudemos perceber que havia dúvidas sim, havia equívocos na construção de conceitos e a discussão foi muito proveitosa, posso afirmar, com convicção que realmente estudamos juntos...reestudamos. Alguns professores manifestaram o desejo de repetirem atividades com seus alunos a partir de um novo enfoque, do que foi discutido, em especial acerca do que é e do que não é texto.
Seguindo o calendário do cronograma de início de nossas atividades, nosso próximo encontro será dia 16/12/2009 e desta vez será o dia inteiro, quando além de terminar o TP2, daremos início ao estudo do TP3, encerrando assim, as atividades do Gestar II em Banabuiú, neste ano de 2009.
sábado, 21 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Oficina 2 do TP1- Unidades 3 e 4. Texto e Intertextualidade.!
Preparamos uma mensagem de abertura intitulada "Tudo diferente" que conta a história de um pedreiro que querendo se aposentar, atendeu ao pedido do dono da construtora para construir só mais uma casa. Este o fez de má vontade, pois queria mesmo era se aposentar, e o serviço não foi bem feito. Terminada a casa, o seu patrão entregou-lhe as chaves dizendo que esta era sua, seria um presente. O pedreiro arrependeu-se de ter feito um serviço de qualidade ruim.
Os cursistas comentaram bastante a mensagem ali traduzida, refletindo sobre nossas construções diárias: pessoal, profissional, enfim social. Concluiu-se que teremos que conviver com nossas construções, por isso a cada momento estamos construindo algo com que teremos de conviver. Foram bastante interessantes as reflexões e conclusões.
Em seguida começamos pela apresentação das práticas.Foi necessário que organizássemos inscrições para ordem de apresentações, pois cerca de 90% dos cursistas queriam apresentar sua prática. fato esse que denota o quanto as atividades do gestar estão inovando e melhor ainda, entusiasmando nossos colegas professores. A atividade mais aplicada foi o "avançando na prática" da página 102 do TP1 de reescritura de textos. Interessante foi a versão de cada professor, a "inovação" em cada uma, o comportamento/respostas diversos de diferentes turmas em relação a mesma atividade. Dessa forma houve bastante enriquecimento das práticas. Vale ressaltar um fato marcante para nós banabuenses. Em nosso muicípio em 2003 ocorreu um acidente gravíssimo entre duas vans, que teve como consequência a morte de 23 pessoas. Esse fato marcou todo o município, já que todos perdemos alguém querido: parente, amigo, alunos. Eram Vans que transportavam passageiros. Na atividade de recontar uma história, os alunos de uma Escola escolheram mudar o final dessa história tão conhecida nossa. E, nesta história recriada, os amigos que se foram não tinham ido, e os alunos criaram uma história de vida diferente para todos aqueles 23 passageiros das Vans, e o final era feliz.
Acerca da mesma atividade, o Professor João Paulo comentou que lhe chamou atenção o fato de parte significativa de seus alunos não saberem o que era uma carta, nunca escreveram ou receberam uma, por isso mostraram dificuldade em relatarem uma notícia por carta a um amigo.
Esses dois fatos observados nas atividades referidas acimas vem corroborar com a concepção de que quanto mais perto da vivência do aluno, de seu contexto, se apresentar ou estiver o conhecimento, será sempre de mais fácil compreensão e de maior interesse.
A seguir, transcrevo uma parte do relatório da professora Elisângela Santiago sobre uma atividade: "[...]A 2ª atividade desta aula referia-se a analisar paródias de provérbios feitas pelos autores Marcelino Freire e Silvana Zandomeni; atividade proposta pelo AAA1 do aluno, aula 5 da unidade 4 – A Intertextualidade, página 107. Coletei as figuras e transformei numa apresentação de slides que os incitava a descobrir o provérbio matriz e a crítica existente na paródia. Os alunos foram convidados a desenvolver uma paródia de provérbios. Apenas um grupo conseguiu desenvolver paródias, mas sem imagens, alegando que houve pouco tempo para planejarem o trabalho. No dia 16/11 os alunos apresentaram os ditados e provérbios que conseguiram identificar sua história e origem.
Somente um grupo fez a atividade em cartolina, os demais apresentaram seus registros em material digitado e leram apenas.
Foi uma aula bem divertida; alguns ditados impressionaram pela história, pela origem ou por nunca termos ouvido falar de seu significado.Os alunos em seus depoimentos pediram que houvesse mais atividades do "livro verde", manifestando desejo de sair do livro didático. Tiramos fotos para registrar e repassar para os demais professores na Oficina 4, no dia 19/11/2009."
Alguns professores apresentaram em slides suas práticas e resultados. Em seguida trabalhamos com o texto "A Língua" da oficina 2 do TP1, pgs. 172/73. Fiz a leitura e pedi que formassem duplas para planejarem uma atividade com o texto. Cada dupla apresentou seu planejamento. Percebeu-se a diversidade de objetivos, metodologias propostas. Os professores sugeriram que fossem copiados todos os planos para que cada um tivesse a cópia de todos, pois consideraram interessantes como banco de atividades. Foram abordados os conteúdos, entre outros: conotação e denotação do termo "Língua"; valores "posse X sabedoria"; características da fábula judaica, etc.
Por fim, apresentei o fechamento de todo o conteúdo e objetivos do TP1, que havia preparado em slides, discutindo, dialogando os vários conceitos construídos (des) (re)construídos. Utilizamos também os slides sobre os ditados populares cedido por Guiana., para exemplificarmos intertextualidade. Vale salientar que todo o material apresentado é sempre copiado pelos cursistas que já trazem seus pendrives ou nos solicitam por e-mail. Apresentamos o TP2 e o planejamento da próxima oficina. Recebi os relatórios "Lição de Casa", bem como os projetos já rascunhados. A avaliação do encontro foi bastante positiva, apresentando como ponto negativo, o espaço que não oferece condições de melhor trabalhar em grupo pela ausência de mesas. Patrícia, nossa coordenadora, prontificou-se a encontrar um espaço ideal para o próximo encontro. Despedimo-nos, embora tenha ficado ainda por algum tempo atendendo os cursistas que apresentaram dúvidas na elaboração dos projetos. Avaliamos, Patrícia e eu, o encontro como bastante positivo, surpreendeu-nos que todos os cursistas aplicaram atividades, e mostraram bastante interesse, fato que nunca houve noutras formações.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
OFICINA 1 (Parte 2) -Unidade 2- TP1- CADA UM COM SEU IDIOLETO.....CONTANDO AS NOVIDADES.......(DES)CONSTRUINDO CONCEITOS!
Logo após o costumeiro café da manhã, servido pela SME, abrimos o dia acolhendo os cursistas com a mensagem intitulada "Ser transparente" que trabalha a motivação, a elevação da autoestima. Em seguida foram relatadas as práticas, cada vez mais entusiáticas; algumas professoras trouxeram e apresentaram- durante seu relato-os trabalhos feitos por alguns alunos, como o dicionário de variantes por faixa etária feito pelos alunos na comunidade. Importante salientar que todos os relatos levaram à conclusão de que o professor desconhece parte do vocabulário de seus alunos, donde percebeu-se a necessidade de "falarem a mesma língua", já que são os dois pilares no construto do processo da aprendizagem escolar, também porque o propósito comunicativo presume codificação e decodificação no nível linguístico da cadeia da fala, defendido por Chomsky.
Língua Culta : é a variante utilizada pela elite e aceita. è dinâmica, mutável como o são os falantes.
Padrão: apresenta-se como modelo idealizado, não é língua, pois é estático.
Vale ressaltar que fizemos um calendário de visitas que pretendemos cumprir antes do próximo encontro.
domingo, 1 de novembro de 2009
DE 26 A 30 DE OUTUBRO NA UECE -ITAPERI- 2ª FORMAÇÃO COM GUIANA BRITO.....1ª ENTRE MIM E VOCÊS....
Joelma, Patrícia e eu
Excetuando-se os horários "escaldantes" de almoço, foi tudo muito produtivo; ressalte-se toda a bagagem que nossa formadora Guiana nos passou, o que se apresenta como um instrumental de que lançarei mão repetidas vezes, tenho certeza!!! Obrigada companheiros....obrigada Guiana!!!!
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
OFICINA 1- (Parte 1) TP1....CHEIOS DE NOVIDADES....E DÚVIDAS!
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
EM TEMPO.....
Desenvolvemos na Secretaria Municipal de Educação de Banabuiú um Sistema de Avaliação bimestral, embasado no desenvolvimento das competências e habilidades das matrizes Curriculares de Referência; temos, desse modo, uma diagnose, a partir da qual devemos direcionar e orientar nossas intervenções. Diante isso, os conteúdos presentes no TP1: "Variantes Linguísticas", vêm ao encontro de nossas necessidades. Gostaríamos também de justificar que não aplicamos também a avaliação diagnóstica de entrada, pelo mesmo motivo- já termos essa realidade. Aplicaremos, dessa forma, a avaliação de saída.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
AULA INAUGURAL....Os Primeiros passos.......
Dados do Município...
Formadora Municipal : Ivonete Maria de Souza Sampaio
MEU MEMORIAL DE LEITURA E DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Segundo o dicionário de filosofia, a memória apresenta-se como a possibilidade de se dispor das idéias, impressões e conhecimentos passados que, de algum modo, estão disponíveis para ser evocados. Nossa memória profissional nos atiça a rever nossos valores, conceitos, prevenindo equívocos numa perspectiva de aprendizado sempre.
De família bastante simples, fui “bicho do mato” até aos 9 anos de idade, quando pela primeira vez vi energia elétrica. Todo o meu aprendizado de mundo de “uma matuta do pé de serra”, me fez perceber, quando em contato com o mundo urbano, que mesmo morando afastada de tudo, eu sabia muitas coisas que os colegas da cidade ignoravam, e isso eu consegui lendo. Lia versos em cordel para meu pai que foi analfabeto a vida toda, só escrevendo o próprio nome, depois que eu o ensinei- foi meu primeiro aluno- que orgulho!!!!
Como única menina no meio de 6 irmãos homens, vivenciei muitas brincadeiras- ditas masculinas- e quando minha mãe questionava: “Essa menina está se criando igual a homem!” Eu ria, no meu íntimo eu cria que sabia o que era ser menina- eu via nos livros, embora a figura feminina que eu visualizasse apresentava-se como o modelo ideal feminino veiculado pelos didáticos que cumpriam currículos machistas e idelizados.
Minha paixão por ler teve início bastante cedo, não havia televisão só “televizinho” e as antigas revistas “Sabrina” (romance) e outras de fotonovela significavam o meu lazer, o meu divertimento.
Minha paixão por escrever decorre dessa anterior, pela leitura. Comecei a inventar outros finais para os contos que lia não ficarem tão repetitivos. Imaginava os personagens, viajava pelos lugares. Depois, já adulta, mãe, recém-saída de minha tão sonhada faculdade de direito- que não terminei; comecei a “datilografar” trabalhos da faculdade para os meus ex-colegas de curso. E, como eu gostava de ler seus trabalhos, seus artigos científicos, suas considerações! Ainda hoje costumo estar sempre lendo um livro, é uma necessidade primária!
Minha vida profissional docente teve início de forma bastante interessante. Precisava trabalhar, cursava Pedagogia na Universidade Estadual do Ceará – UECE, como segundo curso, já que deixara o curso de Direito no 3º Ano na Faculdade de Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro, por motivos pessoais, mais necessariamente, financeiros.
Mudei-me para o Ceará, depois de 16 anos morando em alguns estados brasileiros e cheguei em Banabuiú, pequeno município do Sertão Central em Janeiro de 1996. Banabuiú é uma pequena Cidade, bem típica do interior com pessoas bastante alegres, hospitaleiras. Soube que estavam precisando de professores nas escolas municipais por contrato temporário. Como encontrava-me no Curso de Pedagogia, achei que seria ideal começar na prática o que estudava. Na Secretaria Municipal de Educação encaminharam-me a uma escola, em que as vagas eram nas disciplinas de Relações Humanas (Fundamental II) que estava sendo colocada na grade curricular pela 1ª vez naquele ano e Língua Portuguesa e Inglesa (Fundamental II e Médio, respectivamente).
Comecei então uma nova vida. Nunca estudei tanto em minha vida. Nessa época aprendi tudo de língua portuguesa que nunca havia aprendido em minha educação básica e descobri que, se não havia aprendido é porque não haviam me ensinado de forma compreensiva. Meu propósito era e continua sendo, formar leitores, fazer com que meus alunos se apaixonem pela leitura e produção textual. Creio ter sido a Disciplina de Relações Humanas que proporcionou uma maior aproximação com os alunos adolescentes e isto me fez desenvolver uma afetividade muito grande por eles (alunos) e que transferi para minha profissão.
Um ano depois, junto a uns amigos fundamos um cursinho Pré-Vestibular para prepararmos alunos para ingresso na Universidade, proposta que temos até a atualidade, hoje como empresários de serviços educacionais.
Mais um ano depois submeti-me ao Concurso Público Municipal para professora. Logo em seguida fui a primeira Coordenadora Pedagógica de uma Escola do Município. O pioneirismo sempre foi nosso ponto forte, pois logo em seguida, mais um ano depois fui promovida a Coordenadora Geral da Educação do Município e logo em seguida Secretária Municipal de Educação. Paralelo a esses cargos sempre estive na sala de aula em Língua Portuguesa, ora no ensino médio, ora no ensino fundamental II, ora nas oficinas de formação dos Programas desenvolvidos pelo município. Mesmo que fosse um expediente, algumas turmas, eu sempre estive na sala de aula- minha paixão, tanto como professora como aprendiz nos cursos de formação contiuada.
Hoje, quando recebo um convite de meus ex-alunos para sua colação de grau me emociono bastante. Quando recebo depoimentos de ex-alunos que dizem ter aprendido a gostar de ler por minha causa, é a glória! Mais ainda, quando alguns alunos dão depoimentos de que estão fazendo o curso de letras por minha causa, sinto que estou realmente recebendo o meu salário de professora que quer ser educadora.
Fiz Especialização no Ensino de Língua Portuguesa, também na UECE. Hoje sou Coordenadora da Célula Pedagógica do Ensino Fundamental II na SME, sou tutora de duas turmas de EAD e, nos fins de semana ministro aulas nas turmas de Pedagogia e de Pós-graduação da Faculdade Kurios em Banabuiú. Essa é minha vida, essa é a minha energia, é assim que gosto de viver. Sempre junto aos meus alunos, é lá que encontra-se o saber!!
Ivonete Maria de Souza Sampaio